A União Nacional do Etanol de Milho (Unem), participou do 4º Encontro dos Adidos Agrícolas Brasileiros, realizado pelos ministérios da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e das Relações Exteriores (MRE) e pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex), em Brasília. Com objetivo de conhecer as características e demandas de potenciais parceiros comerciais, a Unem se reuniu com representantes de sete países no último dia 30 e mais uma reunião por vídeo conferência no próximo dia 07 de dezembro.
Esta é a primeira vez que Unem participa do evento e integra o projeto para exportar produtos de nutrição animal oriundos da fabricação de etanol de milho, os chamados DDG / DDGS. Durante o encontro, a consultora da entidade, Andrea Veríssimo conversou com os adidos da Tailândia, Japão, Austrália, Vietnã, Reino Unido e da União Europeia, além do adido da China, que se reunirá virtualmente com a representante da Unem.
Nesta primeira aproximação, o objetivo da Unem é entender como funciona o mercado de nutrição animal nos países com maior potencial para comprar o DDGS produzido pelas indústrias associadas da entidade. Questões sanitárias, barreiras fiscais e comerciais e até aspectos culturais dos países precisam ser analisados para que o produto brasileiro consiga entrar no mercado de forma competitiva.
A seleção dos países foi feita com base em estudos de mercado realizados pela Unem em parceria com o setor de inteligência da Apex e com a consultora Andrea Veríssimo, conforme as expectativas dos associados. Segundo o presidente-executivo da Unem, Guilherme Nolasco, foram considerados aspectos como potencial de consumo de ração, cadeias de produção animal, renda, perspectivas de crescimento, logísticas vocacionadas.
“O mercado internacional dos farelos de milho é novo para o produto brasileiro, mas com grande potencial. Em menos de dez anos vamos dobrar nossa produção e precisamos encontrar consumidores para dar vazão à produção ao mesmo tempo em que atendemos uma crescente demanda internacional. Os farelos de milho são importante insumo para produção de proteínas, ricos do ponto de vista nutricional e que podem auxiliar na produção de alimentos para população”, afirma Nolasco.
Andrea Veríssimo explica que a “melhor notícia” vem da Tailândia, que é o maior produtor mundial de ração. “O adido da Tailândia explicou que ração animal é o grande negócio do país, que está à procura de parceiros que possam fornecer insumos aos produtores de frango locais. Além disso, há também grandes feiras do setor que podem ser importantes vitrines para os produtos brasileiros”.
Outro país com que pode se tornar um consumidor dos farelos de milho é o Vietnã. De acordo com o adido, eles buscam ampliar a parceria com o Brasil e a nutrição animal é um nicho importante. O país é um dos principais compradores mundiais de milho, utilizado para produção de carnes, que aumentou cerca 30% na última década, segundo informações da USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos).
Exportações – Os embarques internacionais de DDGS começaram a ganhar força este ano, com a comercialização para países como Vietnã, Reino Unido e Nova Zelândia. Em 2020, o Brasil comercializou DDGS para a Inglaterra e Turquia, mas com a pandemia, em 2021 os envios foram suspensos e só retomados este ano. A expectativa é que o volume exportado em 2022 ultrapasse 400 mil toneladas para um total de dez países em cinco continentes. Este volume pode aumentar significativamente em 2023.
Na atual safra, a produção de DDGS brasileira deve ser de 3,5 milhões de toneladas e para 2030/2031 está projetada uma produção superior a 8 milhões de toneladas.