10.11.25
Presidente-executivo da UNEM participa na USP do evento comemorativo dos 50 anos do Proálcool

O presidente-executivo da UNEM, Guilherme Nolasco, integrou a mesa redonda “Presente e Futuro do Proálcool”, em evento realizado nesta quarta-feira (6), no auditório do Instituto de Energia e Ambiente (IEE) da Universidade de São Paulo (USP), dedicado aos 50 anos do programa Proálcool. O encontro, coordenado pelos professores José Roberto Moreira (IEE/USP), Luís Cortez (NIPE/UNICAMP) e Marcos Buckeridge (IEA/USP), reuniu especialistas para discutir avanços científicos, técnicos, econômicos e políticos dos biocombustíveis, com ênfase no etanol.
Criado em 1975 como resposta à crise do petróleo, o Proálcool evoluiu de uma política voltada ao setor sucroalcooleiro para uma estratégia nacional de segurança energética. Desde os anos 1920, o Brasil já realizava testes com a mistura de etanol à gasolina, buscando aproveitar excedentes de produção e reduzir a dependência de combustíveis importados. Os choques econômicos da década de 1970 ampliaram o escopo da iniciativa, impulsionando inovações na produção de etanol e seus coprodutos, além de estimular o consumo interno.
Os palestrantes destacaram como o programa se beneficiou de um “fato novo”: a preocupação com o aquecimento global. Essa convergência entre competitividade econômica e benefícios ambientais posicionou o etanol brasileiro como alternativa viável aos combustíveis fósseis.
Atualmente, o Brasil figura entre os líderes na produção e consumo de biomassa para energia, impulsionado por recursos naturais abundantes, políticas incentivadoras e cadeias de suprimentos robustas. O setor abrange etanol e biodiesel para transportes, geração de energia a partir de bagaço e resíduos, e mercados emergentes como o Combustível Sustentável de Aviação (SAF).
Embora o mercado de transportes seja global e influenciado por fabricantes que adotam tecnologias específicas em escala internacional, especialistas destacaram que o etanol brasileiro tem potencial estratégico crescente. O aumento projetado da produção de etanol de milho nos próximos anos representa uma oportunidade concreta de expansão do mercado doméstico de etanol hidratado, especialmente em regiões de menor demanda como o Norte, Nordeste e Sul do país.
Além disso, novas aplicações na descarbonização de setores como navegação e aviação, somadas à ampliação do mercado internacional, reforçam a relevância do biocombustível como alternativa competitiva e sustentável frente a outras alternativas emergentes de transporte, como veículos elétricos.
O evento também destacou a importância do marketing internacional para promover a bioenergia brasileira. Especialistas apontaram que é essencial convencer países com potencial agrícola semelhante a investir em biocombustíveis, além de garantir aos importadores que o Brasil possui uma oferta ampla, confiável e diversificada. Embora o país defenda globalmente o desenvolvimento sustentável da bioenergia, enfrenta forte concorrência de tecnologias alternativas — muitas delas subsidiadas por grandes volumes de capital em países ricos e impulsionadas por estratégias agressivas de marketing.
O seminário concluiu com otimismo cauteloso. O legado do Proálcool demonstra que aprendizado tecnológico e políticas de Estado podem superar escassez de recursos, mas o futuro depende de adaptação contínua e diplomacia energética.
Assessoria de Comunicação – Unem
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