As exportações de farelos de milho, os chamados DDG/DDGS, cresceram 24,5% no primeiro trimestre de 2024 e movimentaram US$ 48.233.019 referentes ao embarque de 185 mil toneladas ao exterior. Ano passado, de janeiro a março, o Brasil exportou 118 mil toneladas e movimentou US$ 38.740.842. Os DDG/DDGS são originados no processo de produção do etanol de milho e utilizados para nutrição animal nas cadeias bovinas, suínas, de aves e peixes, além de compor ração para pets. O levantamento é da União Nacional de Etanol de Milho (Unem) com base nos dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC).

Por ser considerado um item novo no cesto de exportações brasileiras, os farelos de milho vêm ganhando mercados desde 2020. Em 2022, o país exportou o equivalente a US$ 91,151 milhões. Em 2023, este valor saltou para US$ 180,518 milhões. Este ano, os primeiros três meses já representam 26% do total movimentado ao longo de todo o ano passado.

O presidente-executivo da Unem, Guilherme Nolasco, explica que os grãos de destilarias, DDG/DDGS, têm um grande potencial de mercado com base no seu valor nutricional e, consequentemente, contribuem para a intensificação da produção de proteínas. “O mundo todo busca soluções para garantir a segurança alimentar com responsabilidade socioambiental. Os farelos de milho são uma alternativa que possibilita ampliar a produção de alimentos com a utilização de menos recursos naturais e com grandes contribuições para a transição energética, uma vez que o etanol de milho e os farelos de milho são produzidos concomitantemente”.

Desde o ano passado, a Unem e a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil) firmaram um projeto para promoção dos farelos de milho no mercado internacional, por meio do mapeamento de mercados prioritários, participação em eventos, aproximação com formadores de opinião e compradores, além da estruturação da marca setorial e comunicação do Brazilian Distillers Grains (Grãos de Destilaria Brasileiros).

Segundo Andréa Veríssimo, Gerente de Relações Internacionais da Unem, “O projeto de promoção internacional com a ApexBrasil chega no momento certo para estimular as exportações do produto nacional, auxilia na abertura de novos mercados e na estruturação da forma de comunicação do produto brasileiro, que tem como alicerces a segurança energética e segurança alimentar.”

Histórico – As primeiras exportações de DDG/DDGS foram registradas em 2020, com um volume ainda pequeno de 89 mil toneladas e receita de US$ 17milhões. Com a pandemia, em 2021 não houve comercialização significativa e, a partir de 2022, as indústrias de DDG/DDGS começam a focar neste potencial mercado.
Em 2022, o Brasil exportou 275 mil toneladas e movimentou US$ 91,1 milhões. Um ano depois, o volume exportado mais que dobrou e atingiu 608,9 mil toneladas e US$ 180,5 milhões.

Os principais compradores em 2023 foram Vietnã, Nova Zelândia e Espanha, sendo o país asiático responsável por 41% do mercado nacional. Outros países são considerados estratégicos dentro do Projeto Unem-ApexBrasil, como China, Japão, Turquia, Reino Unido e Indonésia.

Em novembro do ano passado, o Ministério de Agricultura e Pecuária (Mapa) e o Ministério de Relações Exteriores (MRE) anunciaram a consolidação do Vietnã, Tailândia, Turquia e Nova Zelândia como mercados consumidores de farelos de milho e cereais.