Empresários e investidores do setor de etanol de milho apostam no crescimento de quase 200% em uma década na produção do biocombustível no Brasil. As tecnologias e a demanda que irão sustentar essa produção foram debatidas durante a terceira edição do Teco, evento promovido pela Novozymes, empresa líder no segmento de soluções biológicas para a agroindústria, nesta quarta-feira (17), em Cuiabá (MT).
Consumo aquecido por combustível, previsibilidade produtiva e sustentabilidade foram apontados como as principais tendências do mercado de etanol de milho. De acordo com o presidente da Novozymes, Willian Yassumoto, a empresa corrobora com a previsão de atingir a produção de 10 bilhões de litros de etanol de milho em 2030 e aposta que as soluções biológicas serão determinantes para que o Brasil e demais países cumpram com as metas de redução de emissões de gases de efeito estufa.
“As tecnologias serão base para elevar os patamares de eficiência e produtividades das indústrias de etanol de milho e contribuir para o aumento da produção do combustível. E a sustentabilidade dos negócios é que vão garantir a demandas e os investimentos deste mercado”, afirma Yassumoto.
O presidente da União Nacional do Etanol de Milho (Unem), Guilherme Nolasco, mediou o debate sobre “os indicadores e tendências fundamentais para tomada de decisões no setor” e destacou as projeções produtivas e a segurança do mercado.
“Recentemente o Imea atualizou a previsão de produção de etanol de milho e de seus coprodutos para a safra 2030/2031 com previsão de alta acima de 185%. Este é amparado pelas perspectivas de novos investimentos, aumento de produção de milho na segunda safra e também na demanda por biocombustíveis e insumos para as cadeias produtivas de proteínas”.
De acordo com as projeções do Imea, o Brasil deverá produzir 9,6 bilhões de litros de etanol de milho na safra 2030/2031 e 6 milhões de toneladas de farelo de milho, os chamados DDGS e DDG utilizados na pecuária suína, bovina e criação de aves. Com relação a demanda, a expectativa é que o consumo de etanol praticamente dobre entre 2021 e 2030, enquanto o consumo de gasolina deverá crescer, de acordo com a Agência Nacional de Petróleo (ANP) e a Empresa de Pesquisa Energética (EPE), até 10%.
Um pouco mais conservador, o presidente do Grupo Inpasa, José Odvar Lopes, acredita que a produção de etanol de milho cresceu fortemente este ano, principalmente devido a maior demanda por açúcar e quebra na safra de cana de açúcar, e que nos próximos anos esta evolução será amparada pela demanda. Mesmo assim, o empresário acredita que o apelo por combustíveis de fontes renováveis deverá contribuir com o setor. “O preço ainda tem peso importante na tomada de decisão do consumidor, mas a demanda por fontes mais sustentáveis pode contribuir com o mercado do etanol”, afirma.