A União Nacional de Etanol de Milho (Unem), entidade que representa 90% da produção do biocombustível no Brasil, atualizou os dados sobre as perspectivas de produção de etanol de milho na safra 2030/2031 para 9,65 bilhões de litros, um avanço de 20% em comparação com o último levantamento e 185% a mais do que será produzido na safra 2021/2022. Os números foram apresentados aos membros da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) nesta terça-feira (26), em Brasília.

O encontro teve por objetivo mostrar à maior bancada do Congresso Nacional os potenciais e as oportunidade do setor de etanol de milho no Brasil. Na ocasião, o presidente da Unem, Guilherme Nolasco, destacou que a verticalização da produção tem agregado valor à toda cadeia produtiva do cereal e ainda disponibiliza insumos para a intensificação da produção pecuária, contribuindo com a produção de proteínas.

Unem apresenta dados da produção de etanol de milho

Os dados apresentados foram levantados pelo Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea) e apontam que a produção de biocombustível na safra 2030/2031 pode variar entre 6,63 bilhões de litros e 13,75 bilhões de litros, sendo 9,65 bilhões de litros a média projetada. A atual safra, que se encerra em abril de 2022, tem a previsão de produzir 3,5 bilhões de litros. De acordo com Guilherme Linares Nolasco, este volume poderá chegar até a 4 bilhões de litros, considerando a ampliação da capacidade operacional de algumas unidades.

O presidente da FPA, deputado Sérgio Souza (MDB-PR) destacou a importância da apresentação para difundir as informações sobre o setor para todo o país. O deputado federal José Mário Schreiner, Zé Mário (DEM-GO) chamou a atenção para a valorização da produção primária. “Emblemática e essencial a produção de etanol de milho, pois traz equilíbrio de preço para os produtores e de abastecimento de combustível e ração para consumidores e produtores de proteínas”.

O deputado federal Neri Geller (PP-MT) relembrou a trajetória da produção de milho no país, que já precisou ser subsidiada por meio de prêmios para se tornar viável. “Houve uma mudança radical e isso decorre da verticalização da produção. Hoje temos a oportunidade de ver novos corredores para o escoamento da produção de milho”.

Mercado Sustentável – Quando se fala sobre as perspectivas de crescimento dos biocombustíveis, são consideradas as políticas mundiais de estímulo ao uso de fontes de energia renováveis e da integração produtiva de combustível e alimento.

O etanol de milho, por exemplo, é muito bem avaliado no programa de estimula ao setor, Renovabio, que deverá triplicar suas metas anuais até 2031. Em 2022, é esperada a emissão de 36 milhões de Crédito de Descarbonização (CBios), para 2031 a estimativa é emitir 90 milhões de CBios, sendo que cada unidade equivale a uma tonelada de CO2 evitado.

“O etanol de milho tem notas elevadas dentro do programa porque integra a produção de combustível com alimentos, por meio de seus coprodutos farelos de milho (DDGS e DDG) e óleo de milho, que são utilizados na nutrição animal”, explica Nolasco.

Além disso, por se tratar de segunda safra, contribui para rotação de cultura nas lavouras e para a fixação de carbono no solo, por meio de plantio direto. Quando considerados ainda fatores como geração de energia elétrica a nota se eleva ainda mais. Por estes motivos, a pegada de carbono do etanol de milho brasileiro é um dos menores do mundo, variando de 20g CO2eq/MJ a 3,1g CO2eq/MJ.