22.11.25
UNEM consolida etanol de milho como solução global na COP30
Integração de culturas na agricultura tropical contribui para a segurança energética e alimentar, sem avançar sobre novas áreas de exploração

A 30ª Conferência das Partes da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP30), terminou nesta sexta-feira (21), em Belém do Pará. O encontro reuniu líderes mundiais, especialistas e representantes de diversos setores para avaliar o progresso e a implementação do Balanço Global do Acordo de Paris.
Ao longo dos debates promovidos nos 12 dias do evento, o Brasil se destacou como referência em soluções sustentáveis, especialmente com o etanol de milho, apresentado pela União Nacional do Etanol de Milho (UNEM) como uma alternativa estratégica na construção de modelos produtivos alinhados às metas globais de descarbonização.
Dois ambientes ganharam destaque nas discussões: a Blue Zone, espaço oficial e diplomático da conferência, onde governos, organismos internacionais e lideranças globais debateram políticas climáticas e o progresso do Acordo de Paris; e a AgriZone, dedicada às soluções do agronegócio e da bioenergia, reunindo especialistas e representantes do setor produtivo para apresentar inovações sustentáveis.
UNEM na Blue Zone: eficiência da segunda safra valida contribuição do Brasil ao Acordo de Paris
O presidente-executivo da União Nacional do Etanol de Milho (UNEM), Guilherme Nolasco, marcou presença no evento “Tropical Agroenergy and Food Technologies: Implementing the Global Stocktake”, realizado no dia 19 de novembro de 2025, na Blue Zone da COP30. Nolasco integrou um painel de destaque, debatendo ao lado de importantes figuras do setor, como o ex-ministro Roberto Rodrigues — professor emérito da FGV, Júlio César Minelli (APROBIO), Eduardo Brito (ABAG), Henry Joseph Jr (Anfavea) e Guilherme Nastari (Datagro).
Em sua intervenção, Nolasco reforçou a sustentabilidade e a eficiência da produção de milho no Brasil, ressaltando o crescimento da produção sem a necessidade de expansão das terras cultivadas.
“Nos últimos 20 anos, o Brasil elevou sua produção de milho de 40 para 140 milhões de toneladas, sendo 100 milhões provenientes de segunda safra. Mapeamos toda a dinâmica de economia circular gerada pela cadeia do etanol de milho e suas contribuições para a segurança alimentar e energética, em um círculo virtuoso que impulsiona o aumento da produção de grãos, a intensificação da pecuária, a ampliação da disponibilidade de áreas, a produção de proteínas animais e a geração de energia limpa, de forma sinérgica e complementar” afirmou Nolasco.
“Conseguimos consolidar nossos posicionamentos e narrativas em favor de uma agricultura tropical integrada e sustentável, baseada em múltiplas safras e com grande potencial para incorporar metas e compromissos concretos de redução do uso de combustíveis fósseis. O setor está unido e fortalecendo sua atuação, cumprindo o papel de influenciar as políticas públicas brasileiras e de ampliar sua presença em iniciativas estratégicas, como a CPBIO (Coalizão Pan-americana de Biocombustíveis) e a plataforma Biofuture Council,” concluiu o presidente da UNEM.
Dados de liderança na AgriZone: Mato Grosso já produz 80% do etanol de milho do país e projeta mais de 7 bilhões de litros
A participação do diretor-executivo da Bioind (Sindicato das Indústrias de Bioenergia de Mato Grosso) e porta-voz da UNEM, Giuseppe Lobo, no painel temático sobre Energias Renováveis na AgriZone, reforçou o papel de Mato Grosso como um polo de inovação e sustentabilidade na produção de biocombustíveis. O executivo detalhou a trajetória e o impacto econômico e ambiental do etanol de milho no estado.
Lobo destacou que a introdução do etanol de milho em Mato Grosso, a partir de 2017, desencadeou uma “revolução” no setor. “O Mato Grosso hoje é o segundo maior produtor de etanol do Brasil, e quase 80% do etanol de milho do país é produzido no estado”, afirmou. Ele também apresentou dados sobre o crescimento exponencial da produção, que alcançou 6.3 bilhões de litros no ano passado, e deve superar os 7 bilhões de litros na safra 2025/2026, sendo 6 bilhões de litros provenientes do etanol de milho.
Um dos pontos centrais da apresentação foi o ciclo virtuoso da produção. O milho utilizado é 100% de segunda safra, cultivado após a colheita da soja, o que otimiza o uso da terra.
“O milho passa a remunerar melhor o produtor, o produtor passa a ter mais incentivo a fazer milho de segunda safra. […] A gente tem uma potencialidade de crescimento sem expansão de área muito grande”, explicou Lobo.
Além do biocombustível, o executivo enfatizou a importância dos coprodutos, como o DDG e o DDGS, farelos proteicos essenciais para a nutrição animal. O DDG tem fomentado o crescimento do confinamento de gado no estado, fechando um ciclo produtivo que também se conecta à cadeia de biogás, utilizando dejetos animais para produção de energia e renda.
Giuseppe Lobo também abordou a relevância do setor para as metas de descarbonização globais, citando o Acordo de Paris. Ele mencionou projetos disruptivos, como o BECCS (Bioenergia com Captura e Armazenamento de Carbono), que produz um biocombustível carbono negativo através da captura e reinjeção de carbono no solo.
“Estamos oferecendo a oportunidade para os mercados consumidores terem acesso não só a um biocombustível avançado, como também a crédito de carbono para neutralizar em outras áreas”, disse.
Assessoria de Comunicação – Unem
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