A produ\u00e7\u00e3o de gr\u00e3os secos de destilaria (DDG ou DDGS, na sigla em ingl\u00eas) no Brasil deve passar dos 2 milh\u00f5es de toneladas em 2021\/22, o que representaria aumento de 60% ante o 1,3 milh\u00e3o de toneladas produzidos na temporada anterior. A estimativa \u00e9 da Uni\u00e3o Nacional do Etanol de Milho (Unem), que tamb\u00e9m projeta alcan\u00e7ar 6 milh\u00f5es de toneladas at\u00e9 2029. A previs\u00e3o \u00e9 feita com base em an\u00fancios de investimentos em novas plantas de etanol de milho ou de expans\u00e3o das j\u00e1 existentes.<\/p>\n
O presidente da Unem, Guilherme Nolasco, afirma que o DDG acompanha o aumento esperado para a produ\u00e7\u00e3o do biocombust\u00edvel \u00e0 base do cereal. “Nos \u00faltimos 2 anos, a produ\u00e7\u00e3o de etanol de milho dobrou. Na safra que vem, deve crescer mais 30%, com expectativa de chegar em 2028\/29 produzindo 8 bilh\u00f5es de litros de etanol de milho.” A consultoria StoneX projeta que o Pa\u00eds produza 3,5 bilh\u00f5es de litros entre abril de 2021 e mar\u00e7o de 2022, 37,1% a mais do que um ano antes, e ressalta que a margem das usinas deve ser alta, j\u00e1 que os pre\u00e7os do milho recuaram recentemente e a cota\u00e7\u00e3o do biocombust\u00edvel continua em n\u00edvel recorde.<\/p>\n
Nolasco afirma que o milho \u00e9 “importante coadjuvante” na produ\u00e7\u00e3o de etanol – j\u00e1 que o biocombust\u00edvel \u00e0 base de cana-de-a\u00e7\u00facar continua com maior volume -, “principalmente porque a oferta \u00e9 linear”. Ele estima que, este ano, o etanol \u00e0 base do cereal representar\u00e1 cerca de 12% do total produzido no Pa\u00eds, principalmente por causa da quebra na safra de cana. At\u00e9 2028\/29, a expectativa \u00e9 alcan\u00e7ar participa\u00e7\u00e3o em torno de 20%.<\/p>\n
O DDG e o DDGS s\u00e3o coprodutos das usinas do biocombust\u00edvel \u00e0 base de milho, e representam entre 15% e 20% da receita do neg\u00f3cio, de acordo com Nolasco. “Para cada tonelada de milho processado, se fazem 420 litros de etanol e 300 kg de DDG ou DDGS”, afirmou ele ao Broadcast Agro. “O DDG \u00e9 extremamente importante, al\u00e9m de acompanhar o pre\u00e7o do milho, servindo como um hedge natural da opera\u00e7\u00e3o. A alta do milho este ano, por exemplo, o DDG acompanhou.” O cereal se valorizou por causa de estiagens e geadas em \u00e1reas produtoras no Brasil – de 7 de outubro de 2020 at\u00e9 o mesmo dia de 2021, o indicador do milho Cepea\/Esalq\/BM&FBovespa avan\u00e7ou 35,5%, de R$ 67,26\/saca para R$ 91,12\/saca. O pre\u00e7o atual, por\u00e9m, \u00e9 mais baixo do que o de alguns meses atr\u00e1s, quando esse indicador chegou a superar os R$ 100.<\/p>\n