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Estudo mapeia reflexos positivos do etanol de milho

Nova frente de investimentos no campo brasileiro, sobretudo no Centro-Oeste, a produção de etanol de milho tem potencial não apenas para dar vazão à colheita do cereal, se firmar como alternativa de demanda importante para o agricultor e colaborar para tornar a matriz de combustíveis mais limpa no país. Os projetos já implantados ou em fase de estudos podem, também, agregar dezenas de bilhões de reais às economias de polos que receberem novas usinas. É o que aponta estudo da Agroicone, consultoria com sede em São Paulo.

Segundo o trabalho, na fase de aportes uma unidade dimensionada para produzir 500 milhões de litros do biocombustível ao ano em Mato Grosso tem capacidade de gerar 8,5 mil empregos diretos e indiretos e movimentar R$ 1,5 bilhão em toda a economia doméstica, incluindo valor da produção estimado em R$ 660 milhões e R$ 80 milhões em impostos. Já a operação da planta pode gerar um valor de produção de R$ 2,5 bilhões ao ano e um Produto Interno Bruto (PIB) de R$ 910 milhões. A arrecadação, por sua vez, pode aumentar em R$ 73 milhões.

“São números muito interessantes, que se somam aos benefícios ambientais proporcionados pela utilização do etanol de milho em detrimento da gasolina, por exemplo”, diz Marcelo Melo Ramalho Moreira, sócio da Agroicone e um dos autores do estudo, ao lado da pesquisadora Sofia Marques Arantes, e que contou com apoio técnico dos professores da Unicamp Joaquim Eugênio Abel Seabra e Marcelo Pereira da Cunha. Segundo a Agroicone, a redução de emissões, com a substituição, pode chegar a 70%. “Nos EUA, é sabido que a pegada ambiental do etanol de milho é pior que o de etanol de cana, mas no Brasil as tecnologias utilizadas são diferentes”.

“A expansão da área de eucalipto aumenta os estoques de carbono em comparação com outros usos da terra. Por sua vez, a coprodução de DDGs [Dried Distillers Grains, subproduto destinado à alimentação animal] desloca o uso de insumos utilizados para a produção de ração então existente, dentre eles a soja. Uma menor expansão da área de soja leva à manutenção de áreas de pastagens, que têm maiores estoques de carbono quando comparados com lavouras anuais. Embora o modelo identifique conversão indireta de vegetação nativa, esse efeito é muito menor (em temos de carbono) que os efeitos apresentados anteriormente”, diz o estudo.

O Mato Grosso abriga quatro usinas de etanol, três delas “flex” (produzem o biocombustível a partir da cana e do milho) e uma, em Lucas do Rio Verde, que roda apenas com o cereal, da FS Bionergia. A expectativa é que pelo menos sete usinas de etanol de milho sejam construídas ou ampliadas no Centro-Oeste este ano, a partir de cerca de R$ 3 bilhões em investimentos. A União Nacional do Etanol de Milho (Unem) prevê uma produção anual de 3 bilhões de litros em cinco anos.

Fonte: http://www.valor.com.br/agro/5576511/estudo-mapeia-reflexos-positivos-do-etanol-de-milho